domingo, 13 de dezembro de 2020

Consciência - a falta de

Segundo o último boletim municipal divulgado no Instagram da prefeitura, hoje Ponta Grossa conta apenas com 155 leitos de enfermaria e 12 leitos de UTI vagos.

Claro que Ponta Grossa já passou dos 350 mil habitantes, sem falar que é a referência pra várias cidades vizinhas que não possuem hospitais, num total... talvez uns 700 mil paranaenses contam com os serviços de saúde de Ponta Grossa.

E os profissionais da área de saúde continuam colocando suas vidas em risco, imagino a exaustão de batalhar contra um vírus que nos piores casos se manifesta com o sofrimento de uma função tão básica e essencial ao nosso organismo como respirar.

E mesmo assim, com todas estas informações, as ruas estão cheias e as noites com bares lotados.

Imagem capturada das redes sociais.

Toda essa FALTA de consciência de muita gente não é nada menos que LAMENTÁVEL.

Link para uma reportagem sobre a exaustão dos profissionais de saúde.

domingo, 29 de novembro de 2020

Fã de automobilismo não gosta de acidentes

Não, nenhum fã de automobilismo gosta de ver um grave acidente. E neste último domingo os fãs de automobilismo vibraram muito ao ver Grosjean saindo do que restou do seu carro ainda em chamas.

Quando tudo deu errado, o carro bateu de frente a 222km/h, o guard rail estranhamente se abriu e o carro explodiu com o vazamento de 140 litros de combustível de altíssima octanagem, TUDO TAMBÉM DEU CERTO. 

O tão criticado Halo que deixou os carros um pouco mais feios abriu o caminho que impediu uma chapa de aço acertasse em cheio a cabeça do piloto, o Hans protegeu o pescoço e impediu que sua cabeça fosse arremessada a 53G para frente, a roupa à prova de fogo e a célula de sobrevivência, que embora tenha sofrido alguns danos, cumpriram seu papel, não houve impacto externo ao corpo do piloto e isso ajudou ele a ficar consciente. O resgate que chegou imediatamente e fez o seu trabalho, Alan der Merwe, o piloto do carro médico, foi preciso com o extintor e isso permitiu que Grosjean tirasse o volante, o sinto de segurança para então pular de dentro das chamas. E Ian Roberts, o coordenador médico que foi dentro do fogo para ajudar o piloto caso ele precisasse.

Sabemos que será realizado um minucioso estudo sobre todas as causas que levaram este acidente a acontecer, e tudo será corrigido para que nada parecido se repita no futuro.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Uma breve reflexão sobre as eleições

A cada nova disputa eleitoral eu vejo a galera fazendo a ligação de que se tal candidato é um "mega" empresário ele automaticamente será ser um bom líder do executivo.

Isso é bastante curioso, entendo que a administração pública é muito diferente do que aquilo que o empresário enfrenta no seu dia-a-dia. Será que tal candidato estará preparado? Não é à toa que durante minha graduação houve uma mudança na grade curricular, e a matéria de Economia do Setor Público era obrigatória nos dois currículos assim como micro, macro, contabilidade social e desenvolvimento econômico. Já a matéria de Economia de Empresas era optativa assim como Perícia Econômico-Financeira ou Economia do Agronegócio... Será que são a mesma coisa?

Mas além disso, me pergunto o que tem levado vários empresário que trabalharam a sua vida inteira e conseguiram um sucesso colossal a praticar o "desapego" da sua empresa - neste caso sinônimo de vida? - e de todas as novas oportunidades de inovação que o mercado vem proporcionando para se dedicar apenas à vida pública.

Com o lucro que eles tem, é difícil acreditar que eles querem apenas "ajudar". Para fazer isso eles não precisam de um cargo no executivo, poderiam fazer por meio de parcerias com a prefeitura (PPP) ou em alguns casos, simplesmente pelo seu desejo.



terça-feira, 10 de novembro de 2020

"Mais uma que Jair ganha."

Esta foi a declaração de Bolsonaro ao ser questionado sobre a notícia de que a Anvisa suspendeu os testes da CoronaVac. A CoronaVac é a vacina que Doria, que se tornou um rival político devido a sua preocupação com a pandemia, comprou de um laboratório chinês após alguns testes promissores realizados pelo Instituto Butantan. Os testes teriam sido interrompidos após "um grande evento adverso", algo que a Anvisa já tinha feito a pouco tempo também com a vacina que estava sendo desenvolvida entre o governo brasileiro e a universidade de Oxford. A imprensa especula que um dos voluntários acabou vindo à óbito assim como aconteceu nos testes da outra vacina.

Eu me questiono como que ainda existem defensores deste crápula que está na presidência. O tema do aborto esteve em pauta em muitos momentos durante a sua campanha eleitoral, muitos caíram na sua falácia de que ele "defendia a vida", e agora ele joga na cara de quem ele conseguiu enganar o quão insignificante é uma vida para ele. E eu não entendo como tanta gente conseguiu cair na lábia dele pois ao mesmo tempo que ele fingia isso, ele declarava indiretamente o desejo pelo fim de algumas minorias.

Até o momento, nesta pandemia não houve uma frase dele que prestasse respeito as mais de 160 mil vítimas do COVID19 além daquele "É o destino de todo mundo", ou quando atingimos 150 mil óbitos que ele deu a entender que tinha sido pouco ao falar que a pandemia foi "superdimensionada"

É triste saber que ainda existem defensores dele.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Você tem amor pelo seu dinheiro?

"iPhone 12 Pro Max poderá custar até R$14 mil no Brasil"
Este é o título de uma matéria da MacMagazine, um site especializado em produtos com a estampa da maçã e que tem um bom grau de confiabilidade sobre as notícias da marca. Na matéria eles listaram todos os novos modelos e os possíveis preços dos novos aparelhos no Brasil. Continuaremos não tendo um iPhone mais barato, o menos caro custará praticamente R$ 7 mil e não virá nem com o carregador. Numa pesquisa rápida no site de vendas da Apple no Brasil, encontrei o carregador mais básico, com a recarga mais lenta pela faixa de duzentos reais. E o inovador carregador com imã que eles deram muito destaque no evento de lançamento do aparelho sai por mais de trezentos reais. Mas vamos ao preço de todos os aparelhos.


O que surpreende tudo isso? Bem... é claro que a apresentação do 12 Pro Max soube entregar para quem produz conteúdo audiovisual algo que "parece não existir" em outros dispositivos, eles fizeram ótimo trabalho nisso. Não tem como negar que a Apple sabe apresentar um dispositivo que embora esteja trazendo coisas que já existem em outros gadgets, eles dão um toque para parecer revolucionário. E é isso que grande parte dos seus consumidores compram, o parecer revolucionário, o parecer especial. Mas mais do que isso, a cada ano que passa eles blindam mais e mais os seus dispositivos. É uma longa história que começou com a retirada do conector de fone de ouvido, depois com a simbólica retirada do botão Home, agora a caixa virá apenas com o aparelho e um cabo, sem carregador ou fones de ouvidos. E acredito que em mais alguns anos e veremos o aparelho até sem o conector do cabo. Sobre o carregador eu já comentei sobre os preços, o fone de ouvido logo dará mais vendas dos AirPods que tem seu preço inicial na casa de R$ 2 mil reais e não fique surpreso não, se você pagou mil e quinhentos no seu celular, o preço destes fones é um absurdo, mas para quem está disposto a pagar 14 mil reais em um aparelho celular para troca-lo no ano seguinte este preço é bastante aceitável.

E o que seria aceitável? A alguns meses atrás foi anunciado o preço no Brasil dos consoles de nova geração, e para a nossa surpresa os preços não serão baratos, mas estão até mais baratos do que a comunidade em si esperava. Pagar cinco mil reais num videogame é um ótimo investimento para quem tem vídeo games, mas é motivo de piada e zoação para aqueles que com uma visão imensamente retrógrada, enxergam um aparelho de videogame como algo para crianças. Eu comprei meu Playstation 3 em 2011, e o meu Playstation 4 no dia do lançamento no Brasil, mas não! Ele não foi o PS4k, comprei ele no mercado cinza e acabou custando pouco mais da metade deste valor. Eu tenho também um Nintendo 3DS e o Nintendo Switch que até pelo preço e raridade dos jogos, acabam sendo os que menos jogo. O Playstation 3 acabou sendo "inutilizado" depois que as empresas pararam de lançar novos jogos para ele, mas ainda sim ele está aqui e alguns dias atrás eu até liguei e joguei ele por um bom tempo. Sim!! Eu liguei e consegui me divertir com eles em um produto comprado a mais de nove anos e que na época quando eu comprei, eu fui chamado de maluco pois todo mundo comprava o X-Box 360 pelo simples fato de poder piratear os jogos. Piratear aliás, é uma coisa que o mundo dos vídeo games me ensinou a não fazer. E em todos estes anos, meus videogames conseguiram me entreter, me contar histórias fantásticas e principalmente, ele conseguiu me divertir. Num primeiro momento um console pode parecer caro, mas depois de comprado, depois que a barreira do preço é quebrada, o console vai te recompensar por cada centavo investido ali e mesmo que você não use mais ele por um longo tempo, quando você ligar ele estará novamente ali para te recompensar e te fazer pensar uma realidade muito gritante: "foi barato!". E por mais que a comunidade não tenha se surpreendido tanto com o preço dos novos consoles, o "resto" encontrou um novo grande motivo para fazer memes. Alguns até ridicularizando o fato de alguém gastar tanto dinheiro em algo que irá durar por anos e mais anos entregando diversão. 

E é quase neste ponto que eu quero chegar. Eu não tenho vaidade por marcas, eu não me importo em usar tênis caros, comprar roupas caras, ou usar um celular com uma maçã. Eu tenho um estilo de vida mais simples, eu sou o cara que compra inúmeras camisetas estampadas para o dia a dia porque acha legal, sou o cara que odeia usar calça jeans e compra elas na promoção. Sou o cara que gosta de usar All Star e que quase que tem uma coleção deles mas que acha um absurdo comprar um Nike de 400 reais, eu nunca tive um Nike. Mas mais do que isso, eu sempre dei muito valor ao meu dinheiro e até hoje eu enxergo isso de uma forma que pode até parecer curiosa. Como por exemplo quando eu abro os aplicativos de delivery, eu percebo que sou um tanto diferente daquela galera que enxerga isso como o "novo dia-a-dia". Sim, eu acho um assustador ver os preços de um sanduíche sem nenhum diferencial custando 35, 40 reais? Qual a justificativa se nem a foto parece ser bonita e o lugar parece questionável. Quarenta reais eu posso ir no mercado pertinho aqui de casa e comprar um lanche para cada um aqui de casa, logo não é difícil de chegar a conclusão que eu compro no delivery apenas quando encontro preços ou cupons que realmente tornam viável estas compras. O "grandioso" Madero é um outro exemplo, muitos parecem ver como o local de happy hour, mas quem faz happy hour é o dono com o seu dinheiro. Lá eu fui umas três ou quatro vezes na vida, e é surpreendente o quão caro são os produtos deles, você fica com a sensação de que está pedindo algo realmente foda e essa expectativa nunca é alcançada, quando chega o sanduíche na mesa a sensação é sempre a de que "é só isso?" O sentimento que fica é sempre o da frustração. Acho que dá pra se ter uma ideia de como eu busco valorizar o meu dinheiro, eu não sou rico e estou longe de ser, mas eu gosto sempre de pensar em utilizar o meu rico dinheirinho com sabedoria.

Voltando aos assuntos dos celulares, eu sou o cara que usava um Zenfone até pouco tempo, agora por último acabei comprando um Samsung mais pelo mesmo custo-benefício que me levou a comprar dois celulares da Asus nos últimos 4 anos. E realmente, eu não troco de celular todo ano, compro um celular de bom custo-benefício já mirando nas minhas necessidades por pelo menos mais dois anos. E a troca neste prazo, que algumas vezes já teve mais de três anos, acaba sendo bastante conveniente porque é um prazo bastante razoável comparado a quantidade de inovações que tem sido colocada nos aparelhos. Dessa forma eu consigo valorizar o meu dinheiro e não fico com um dispositivo que não consegue fazer algo que eu precisaria que ele fizesse. 

Como já disse, eu estou longe de ser rico; mas essa busca pela valorização do meu dinheiro me faz encontrar bons custos benefícios e que algumas vezes já me fez parecer até alguém que tem mais dinheiro do que realmente tenho. E eu não consigo acreditar que quem compra um iPhone de 14 mil reais faz o mesmo. Por mais que seja um milionário e que este dinheiro seja realmente um quase nada, a troca de aparelho anual para se manter "antenado" com as novidades na maçã joga na cara uma falta de amor com aquilo que ela tem. E o pior, este aparelho que para os ricaços acaba sendo uma simples desvalorização do seu dinheiro acaba se transformando em uma corrida por status entre aqueles que na sua vida real, não teriam possibilidades de gastar um dinheiro tão grande em algo que na prática não conseguirá trazer um mínimo custo-benefício. Sim, para uma pessoa de classe média ou baixa, um aparelho da maçã apenas irá aumentar o seu "status social", nada além disso. Já de pontos negativos existem vários, a começar pelo grande pensamento de que uma parcela de 300 reais de um apartamento é algo caro, mas o bloquinho de boletos com o mesmo valor para um iPhone não é visto da mesma forma, sem falar de todas as outras coisas que ela precisa comprar e que é mais importante, e que por azar acabaram perderam a prioridade por causa de uma maçã estampada num aparelho celular.  

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Apenas valorize o trabalho da dublagem brasileira

 One Piece fez sua estreia na TV brasileira com uma nova dublagem, e para variar, a galera que acompanha a trama a um bom tempo reclamou das novas vozes dos personagens. E no final das contas eu concordo imensamente com o meme que segue abaixo.

E se pensarmos um pouco mais, não serve apenas para o One Piece não, a localização que os profissionais de dublagem brasileira fazem é tão boa, mas tão boa que é comum vermos coisas feitas lá foram com expressões e piadas tiradas diretamente do contexto social brasileiro.

Mas sempre tem aqueles chatos que falam: "Ainn mas a dublagem tira algumas coisas de contexto, pipipi pópópó..." E sim, é claro!!! Por algum acaso se eu responder "seja bem vindo" após você fazer um favor pra mim fará algum sentido para nós, brasileiros? 

No auge da sua ignorância você acha que todo mundo é fluente em inglês e consegue entender aquela expressão em inglês que lá nos cafundós do Judas faz muito sentido? Saiba que você só está sendo um arrogante, um babaca que ignora o fato de apenas 5% da população brasileira falar em inglês, e que só 1% tem fluência nessa língua estrangeira.

E se você é um daqueles que "não conseguem assistir dublado" só te pergunto se em alguma vez na vida você assistiu Chaves em espanhol? 

Pense muito bem se o que te irrita em ver algo dublado é a perda da chance de mostrar que sabe inglês ou se é porque mais pessoas poderão ter acesso ao filme, série ou documentário que antes era inacessível a elas. 

Não importando qual seja o motivo que te irrita, saiba que você precisa aprender a ser um pouco mais humilde.

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Por trás do número de focos

Hoje eu vi um post no Instagram sobre o número de focos de incêndio na Amazônia daquele que é considerado um dos economistas mais influentes do Brasil, Ricardo Amorim. Conhece ele? É aquele mesmo economista que falou com certo desdenho: "Em Cuba só tem três coisas funcionam: a segurança, a educação e a saúde". 

Agora que já refresquei a memória sobre quem é ele, quero dar uma continuação para o post dele, acrescentando novos pensamentos sobre o problema. Como ele mesmo comenta sobre o que é considerado um foco, não é preciso pensar muito que um um fogo de 30m x 1m é contado da mesma forma que um fogo de 500m x 15m. E que apenas o número de focos não quer dizer muita coisa, é impossível saber a área que eles foram capazes de devastar. Uma outra coisa que meio lógica é que se você tem um local em que o clima colabora para o surgimento dos focos de incêndio e você atua ativamente para apagar os que apareceram, logicamente você estará exposto a novos focos nas áreas em que o fogo ainda não destruiu. Agora se um único foco não tiver a devida preocupação para a contenção ele poderá destruir aquilo que outrora foram necessários outras dezenas ou centenas de focos...

E é claro que infelizmente, a cada ano que passa temos menos vegetação nativa, e por consequência temos menos chances de "bater o recorde". Pense que você tem um quintal grande e que quer cortar a grama logo após o trabalho, no primeiro dia você vai cortar e descobre logo no começo que sua extensão é curta e você consegue cortar apenas 1/4 do gramado. No segundo dia você emprestou uma extensão maior e poderia cortar todo o gramado, mas quando você estava chegando na metade choveu e você teve que parar imediatamente. No terceiro dia você não vai conseguir cortar o gramado inteiro novamente, vai conseguir cortar apenas a metade que ainda não tinha cortado nos dois dias anteriores, certo? Então é mais ou menos assim com as queimadas também, hoje é impossível que as queimadas no Maranhão atinjam algum recorde do passado, pois hoje quase que inexiste floresta Amazônica por lá. Não faz sentido alguém "se gabar" de uma queda do número de focos, o que é preciso fazer é ver o que está sendo feito para restaurar a floresta nestas regiões. 

No final das contas, para quem se preocupa com o meio ambiente os números de focos é apenas uma das métricas, para compreender melhor o que está acontecendo é importante buscar o conhecimento e a compreensão de outras métricas complementares. Se você volta no passado e tenta compreender o que aconteceu, você percebe que nunca houve mocinho nessa história, mas que pelo menos "disfarçavam" uma preocupação e procuravam tomar medidas condizentes, coisa totalmente oposta ao que encontramos hoje. Apenas fiquei incomodado com este post do economista, pois na minha graduação eu tive vários momentos em que os números eram apenas número e nem sempre eles mostravam a realidade. E em todas as vezes fui incentivado pelos meus professores a destrinchar tudo aquilo que realmente estava sendo exposto naquele momento. Neste caso, Amorim pareceu despreocupado com a falta de dados e quis mostrar um lado que não me parece ser muito bom e como eu já tinha lido em muitos lugares que o pior ano para o desmatamento da Amazônia tinha sido nos anos 90, e depois quase superamos esta marca em na década passada, queria relembrar o caso. E por algum acaso eu encontrei o gráfico abaixo no site do IMPE. Depois de um bom período de queda, a partir de 2015 os números voltaram a crescer de forma preocupante.

Gráfico do site do IMPE, clique para abrir o link.

Afinal de contas, temos que usar um passado catastrófico para melhorar o futuro, e não como desculpa para repeti-lo.

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

100.000 pessoas, um Camp Nou mais que lotado

Passamos a marca de cem mil pessoas. Sim!! Cem mil pessoas que tiveram suas vidas brutalmente interrompidas pela falta de consciência sobre as consequências de um vírus como o COVID19 circular "livremente" dentro de um país com tantos abismos sociais como o Brasil. 

O tamanho deste abismo teve sua amostra em maior dose quando o Guilherme Benchimol, fundador e presidente do grupo da maior corretora que atua na Bovespa, falou no começo de maio que a pandemia estava controlada "nas classes altas". Sim, na realidade dele a única coisa que importava ao declarar isso eram os cerca de 5% de brasileiros que possuem renda familiar superior a 6 mil reais, os outros 95% pouco importam. Imagina o que ele deve pensar sobre aqueles cerca de 105 milhões de brasileiros que possuem renda familiar inferior a R$ 1.200.

Ah!! Mas já tivemos dois milhões de recuperados. Beleza, mas isso na realidade pouco importa. O impacto deste vírus é muito maior. Neste abismo no qual o brasileiro tenta sobreviver, tente imaginar quantos perderam seu emprego porque pegaram um simples resfriado e então o seu patrão o dispensou pelo medo de ser o Covid? Enquanto o "agro", com a crise econômica e a alta do dólar, encontra mais motivos para se orgulhar de vender insumos para as fábricas de ração da China, o real motor da economia brasileira está mais paralisado do que o Chaves com medo. O setor de serviços e o comércio que são de fato o que levam a nossa economia pra frente está criando teias de aranha. Isso já estava acontecendo a algum tempo devido a falta de um projeto de governo, mas vem se agravando cada vez mais nesta crise. E o fato é que nenhuma autoridade parece estar preocupada com isso. 

Na realidade, pouco importa se existem dois, dez ou vinte milhões curados, 100.000 vidas foram perdidas, 100.000 vidas foram sacrificadas pelo descaso da saúde pública, assim como pela falta de educação e respeito daquelas pessoas que não entenderam a importância de ficar em casa, que ainda não entenderam o significado do termo distanciamento social. Cem mil vidas perdidas graças a idiotas que não acreditam e desmerecem a o poder da ciência. 

Vocês tem ideia de quantas pessoas tiveram suas vidas brutalmente impactadas pela perda, ou pelas consequências da circulação deste vírus dentro do território brasileiro?

Apenas para ilustrar um pouco mais o que são 100.000 pessoas,  Camp Nou é o maior estádio da Europa e serve de palco para as genialidades de Lionel Messi, tem a capacidade de 99.700 pessoas. O número de óbitos em consequência do COVID19 no Brasil já é maior do que a capacidade deste estádio. 

Parabéns aos patrocinadores disso tudo, sejam eles os eleitores que votaram em quem sempre desmereceu a ciência,  ou os otários que não conseguem ficar em casa e tem que ir pro boteco beber cerveja.


terça-feira, 4 de agosto de 2020

O final da meia-entrada nos cinemas.

Virou notícia o projeto que visa acabar com as meia-entradas nos cinemas Brasileiros. E num levantamento realizado pela Ancine, a % de "inteiras" vendidas nas bilheterias de cinemas brasileiros caiu de 30% para 21 numa comparação de 2017 e 2019.

Pra falar a verdade, não vejo sentido em como a meia-entrada é utilizada no cinema hoje. Não existe controle, você com toda certeza conhece alguém que não poderia ter comprado meia-entrada e que comprou, entrou e assistiu o filme sem nenhum problema. Quantos % das meia-entradas vendidas vocês realmente acham que tem o resguardo para ser uma meia-entrada?

Se a meia-entrada foi criada para facilitar o acesso à bens culturais pelos mais pobres, ela está falhando miseravelmente. 

E sim, é errado acabar com a meia entrada do cinema, mas deve-se encontrar uma forma dela realmente servir ao seu propósito.

Sobre as cédulas de R$ 200.

Quero trazer o seguinte exercício de raciocínio: qual o sentido do governo brasileiro nadar mais uma vez contra a corrente mundial e começar a produzir uma cédula de maior valor? Até alguns meses atrás o Banco Central vinha tentando incentivar as movimentações financeiras pelo meio eletrônico, inclusive criando e incentivando um sistema de pagamentos instantâneos 24/7/365, o que aconteceu para ele mudar tanto a sua visão e querer lançar uma nova cédula? Quais os interesses envolvidos? Ou é apenas falta de planejamento, que no futuro trará seus problemas?

Apenas para agregar a este pensamento, abaixo está um link de 2016, quando a União Europeia começou a discutir o final das notas de € 500 sob a justificativa de que uma cédula com o valor tão elevado era na maioria das vezes "utilizada em operações desonestas para financiar o terrorismo e lavar dinheiro, em vez de fazer compras." No começo de 2019 as cédulas enfim pararam de ser produzidas, e todas aquelas aquelas que foram depositadas desde então são encaminhadas para destruição. 

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Também em 2016 a Índia BANIU da noite para o dia as cédulas de 500 e 1.000 Rúpias e sabe qual foi o motivo? Segundo o governo, o intuito era atacar integrantes do mercado negro que utilizam exclusivamente dinheiro vivo e de alto valor nominal, foi uma forma do governo combater a corrupção e tentar reduzir a sonegação de impostos. E claro que uma decisão tão repentina teve suas consequências.

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