segunda-feira, 10 de agosto de 2020

100.000 pessoas, um Camp Nou mais que lotado

Passamos a marca de cem mil pessoas. Sim!! Cem mil pessoas que tiveram suas vidas brutalmente interrompidas pela falta de consciência sobre as consequências de um vírus como o COVID19 circular "livremente" dentro de um país com tantos abismos sociais como o Brasil. 

O tamanho deste abismo teve sua amostra em maior dose quando o Guilherme Benchimol, fundador e presidente do grupo da maior corretora que atua na Bovespa, falou no começo de maio que a pandemia estava controlada "nas classes altas". Sim, na realidade dele a única coisa que importava ao declarar isso eram os cerca de 5% de brasileiros que possuem renda familiar superior a 6 mil reais, os outros 95% pouco importam. Imagina o que ele deve pensar sobre aqueles cerca de 105 milhões de brasileiros que possuem renda familiar inferior a R$ 1.200.

Ah!! Mas já tivemos dois milhões de recuperados. Beleza, mas isso na realidade pouco importa. O impacto deste vírus é muito maior. Neste abismo no qual o brasileiro tenta sobreviver, tente imaginar quantos perderam seu emprego porque pegaram um simples resfriado e então o seu patrão o dispensou pelo medo de ser o Covid? Enquanto o "agro", com a crise econômica e a alta do dólar, encontra mais motivos para se orgulhar de vender insumos para as fábricas de ração da China, o real motor da economia brasileira está mais paralisado do que o Chaves com medo. O setor de serviços e o comércio que são de fato o que levam a nossa economia pra frente está criando teias de aranha. Isso já estava acontecendo a algum tempo devido a falta de um projeto de governo, mas vem se agravando cada vez mais nesta crise. E o fato é que nenhuma autoridade parece estar preocupada com isso. 

Na realidade, pouco importa se existem dois, dez ou vinte milhões curados, 100.000 vidas foram perdidas, 100.000 vidas foram sacrificadas pelo descaso da saúde pública, assim como pela falta de educação e respeito daquelas pessoas que não entenderam a importância de ficar em casa, que ainda não entenderam o significado do termo distanciamento social. Cem mil vidas perdidas graças a idiotas que não acreditam e desmerecem a o poder da ciência. 

Vocês tem ideia de quantas pessoas tiveram suas vidas brutalmente impactadas pela perda, ou pelas consequências da circulação deste vírus dentro do território brasileiro?

Apenas para ilustrar um pouco mais o que são 100.000 pessoas,  Camp Nou é o maior estádio da Europa e serve de palco para as genialidades de Lionel Messi, tem a capacidade de 99.700 pessoas. O número de óbitos em consequência do COVID19 no Brasil já é maior do que a capacidade deste estádio. 

Parabéns aos patrocinadores disso tudo, sejam eles os eleitores que votaram em quem sempre desmereceu a ciência,  ou os otários que não conseguem ficar em casa e tem que ir pro boteco beber cerveja.


terça-feira, 4 de agosto de 2020

O final da meia-entrada nos cinemas.

Virou notícia o projeto que visa acabar com as meia-entradas nos cinemas Brasileiros. E num levantamento realizado pela Ancine, a % de "inteiras" vendidas nas bilheterias de cinemas brasileiros caiu de 30% para 21 numa comparação de 2017 e 2019.

Pra falar a verdade, não vejo sentido em como a meia-entrada é utilizada no cinema hoje. Não existe controle, você com toda certeza conhece alguém que não poderia ter comprado meia-entrada e que comprou, entrou e assistiu o filme sem nenhum problema. Quantos % das meia-entradas vendidas vocês realmente acham que tem o resguardo para ser uma meia-entrada?

Se a meia-entrada foi criada para facilitar o acesso à bens culturais pelos mais pobres, ela está falhando miseravelmente. 

E sim, é errado acabar com a meia entrada do cinema, mas deve-se encontrar uma forma dela realmente servir ao seu propósito.

Sobre as cédulas de R$ 200.

Quero trazer o seguinte exercício de raciocínio: qual o sentido do governo brasileiro nadar mais uma vez contra a corrente mundial e começar a produzir uma cédula de maior valor? Até alguns meses atrás o Banco Central vinha tentando incentivar as movimentações financeiras pelo meio eletrônico, inclusive criando e incentivando um sistema de pagamentos instantâneos 24/7/365, o que aconteceu para ele mudar tanto a sua visão e querer lançar uma nova cédula? Quais os interesses envolvidos? Ou é apenas falta de planejamento, que no futuro trará seus problemas?

Apenas para agregar a este pensamento, abaixo está um link de 2016, quando a União Europeia começou a discutir o final das notas de € 500 sob a justificativa de que uma cédula com o valor tão elevado era na maioria das vezes "utilizada em operações desonestas para financiar o terrorismo e lavar dinheiro, em vez de fazer compras." No começo de 2019 as cédulas enfim pararam de ser produzidas, e todas aquelas aquelas que foram depositadas desde então são encaminhadas para destruição. 

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Também em 2016 a Índia BANIU da noite para o dia as cédulas de 500 e 1.000 Rúpias e sabe qual foi o motivo? Segundo o governo, o intuito era atacar integrantes do mercado negro que utilizam exclusivamente dinheiro vivo e de alto valor nominal, foi uma forma do governo combater a corrupção e tentar reduzir a sonegação de impostos. E claro que uma decisão tão repentina teve suas consequências.

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